domingo, 16 de fevereiro de 2014

Nota de Pesar à Santiago Andrade


Nós da FAAF, subscrevemos junto à outras organizações em solidariedade ao câmera morto nos últimos conflitos pela luta pelo fim do transporte mercantilista. Entendemos que, assim como a luta pelo espaço das mulheres na sociedade como um todo, vítimas do Estado não tem genero, mas classe.
--

 


Lamentamos muito pela morte de Santiago Andrade e por todas as outras vítimas do Estado totalitário mercantil.

Santiago era CÂMERA e não "cinegrafista" como romantiza agora a grande mídia. Ele sempre foi aquele operário invisível que produzia calado e que muitos sequer sabiam que existia. Santiago era a base de uma pirâmide hierárquica cujo topo concentra os beneficiários dos grandes blocos de comunicação do Brasil.

A meio caminho do topo desta pirâmide, um exército de repórteres precariamente remunerados precisa falar, escrever, reportar e pesquisar de forma a atender os anseios dos donos da comunicação. Para subir um degrau nesta pirâmide é preciso cuidado na fala. Trata-se de uma censura tácita que abala a credibilidade da imprensa, onde já não é mais possível distinguir a notícia real da propaganda estatal e mega-corporativa. Enfim, o corpo inerte de Santiago será usado para beneficiar exatamente os mesmos de sempre - os concentradores de informação, de renda e de poder - e a culpa será do povo, de novo...

Diante ao terrorismo do Estado Totalitário brasileiro pela falaciosa “ordem”, onde mega-corporações ditam a democracia, nós, trabalhadores servis, desempregados e solidários à classe explorada, que geramos riquezas para o país sem receber minimamente o que nos é direito, para além de falsas promessas dos burocratas do poder, não ganhamos mais que violência física e moral, cotidianamente, e vítimas brutais, como Santiago Andrade!

Assim, entendemos que o principal responsável por este acidente é o próprio Estado que nos força a deixar nossas casas e exigir nossos direitos nas ruas, e nelas enfrentar a truculência deste Estado personalizado na força policial, na qual não deveriam jamais usar armas contra a população e assim a população não precisaria reagir contra ela.

Não suportaremos mais viver nessa “terra-de-alguém”. Onde alguém rico, por de trás de instituições, gestione contra a população. Concentração de renda, carestia, precariedade nos serviços públicos, gás lacrimogênio, balas de borracha, espancamentos, prisões arbitrárias, júris comprados, mídia tendenciosa e ainda a inversão do mérito, como se nós fôssemos os assassinos premeditados.

De um lado temos populares com materiais artesanais, com pouca ou nenhuma técnica e aprimoramento, e de outro lado, velhacos oficialmente armados com material bélico, cientes do efeito das suas armas sobre a população marginalizada.

Deixemos bem claro a quem deseja nos criminalizar: a rua não se calará!

* Em solidariedade *

- Amarildo Dias de Souza – Desaparecido entre os dias 13 e 14 de julho de 2013, após a operação batizada de Paz Armada que mobilizou 300 policiais na Rocinha, RJ. http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Amarildo


- Giuliana Vallone, de 18 anos espancada por policiais e logo após atropelada por uma motocicleta da polícia em 25/01/14, após a manifestação realizada na região central de São Paulo http://videos.r7.com/jovem-e-atropelada-e-agredida-por-policiais-em- sp/idmedia/52e8c7ea0cf2401273d29912.html



- Fabrício Proteus Nunes Fonseca Mendonça Chaves, de 22 anos, a ser ferido por dois disparos feitos por policiais militares, durante o protesto contra a Copa do Mundo que aconteceu no sábado 25/02/14. Ele foi internado em coma induzido.

http://noticias.r7.com/sao-paulo/versao-da-policia-esta-estranha-diz-advogado-sobre-caso-de-manifestante-baleado-em-sp-27012014

----

MPL- Curitiba, autônomo e independente

MPL- Núcleo Biblioteca Publica de Curitiba

CMI - Centro de Mídia Independente Curitiba

NAC - Núcleo Anarquista de Curitiba

Ocupação 13 de Janeiro

Associação de bairro Jardim Itaqui

FAAF - Frente de Ação Anarca Feminista

GERAE – Grupo de experiência rural agroecológica

Biblioteca Maria Lacerda de Moura




sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O dia 6 de fevereiro, Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina









Até 86 milhões de meninas poderão sofrer com mutilação genital 
feminina até 2030, alerta ONU

Aprovando com unanimidade na Assembleia Geral da ONU,
é lembrado nesta quinta-feira (6) o Dia Internacional de
Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina. Para
marcar a data, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
afirmou que “não há nenhuma razão religiosa, de saúde ou
de desenvolvimento para mutilar ou cortar qualquer menina
ou mulher”.

“Embora alguns argumentem que é uma “tradição”, devemos
lembrar que a escravidão, as mortes por honra e outras
práticas desumanas foram defendidas com o mesmo argumento”,
afirmou Ban.

Segundo o chefe da ONU, a data é uma oportunidade para
enfrentar este problema persistente, bem como para encontrar
esperança em iniciativas que provam que se pode acabar com a
esta prática.

“Apenas porque uma prática dolorosa existe há muito tempo
não justifica sua continuação. Todas as “tradições” que rebaixam,

 humilham e ferem são violações dos direitos humanos que
devem ser ativamente combatidas até que acabem”, lembrou ele.

A prática está caindo em desuso em quase todos os países,
mas ainda está assustadoramente espalhada pelo mundo,
informou a Organização. Embora dados estatísticos seguros
sejam difíceis de obter, estima-se que mais de 125 milhões
de meninas e mulheres tenham sido mutiladas em 29 países
na África e no Oriente Médio, onde a prática prevalece e
onde há dados disponíveis.

Se as tendências atuais persistirem, cerca de 86 milhões de
meninas em todo o mundo estão sujeitas a sofrer a prática
até 2030. “Ásia, Europa, América do Norte e outras regiões
não são poupadas e devem estar igualmente vigilantes
para com este problema”, destacou Ban.

O secretário-geral se demonstrou esperançoso quanto ao problema,
lembrando que recentemente, Uganda, Quênia e Guiné-Bissau
adotaram leis para pôr fim à prática. “Na Etiópia os responsáveis
foram presos, julgados e penalizados com ampla cobertura
da imprensa, conscientizando dessa forma o público”, destacou.

Mensagem do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, 
para o Dia Internacional de Tolerância Zero à 
Mutilação Genital Feminina, lembrada no dia 6 de fevereiro.

“Como secretário-geral das Nações Unidas levanto bem alto
a bandeira do empoderamento das mulheres e meninas,
promovendo sua saúde e defendendo seus direitos.

O Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação
Genital Feminina é uma oportunidade para enfrentar
este problema persistente, e para encontrar esperança em
iniciativas que provam que se pode acabar com a esta prática.
Devemos lutar para preservar o melhor de cada cultura e deixar
para trás o que não é bom.

Não há nenhuma razão religiosa, de saúde ou de desenvolvimento
para mutilar ou cortar qualquer menina ou mulher.
Embora alguns argumentem que é uma “tradição”, devemos
lembrar que a escravidão, as mortes por honra e outras práticas
desumanas foram defendidas com o mesmo argumento.
Apenas porque uma prática dolorosa existe há muito tempo não
justifica sua continuação. Todas as “tradições” que rebaixam,
humilham e ferem são violações dos direitos humanos
que devem ser ativamente combatidas até que acabem.

A mutilação genital feminina causa graves danos às
vítimas. Entre as consequências na saúde, imediatas e
de longo prazo, incluem-se dor constante, infecções,
incontinência e às vezes complicações na gravidez e no parto
que podem levar à morte.

A prática está caindo em desuso em quase todos os países,
mas ainda está assustadoramente espalhada pelo mundo.
Embora dados estatísticos seguros sejam difíceis de obter,
estima-se que mais de 125 milhões de meninas e mulheres
tenham sido mutiladas em 29 países na África e no Oriente
Médio, onde a prática prevalece e onde há dados disponíveis.
Se as tendências atuais persistirem, cerca de 86 milhões de meninas
em todo o mundo estão sujeitas a sofrer a prática até 2030. Ásia,
Europa, América do Norte e outras regiões não são poupadas e
devem estar igualmente vigilantes para com este problema.

Felizmente há sinais positivos de progresso em nosso esforço
global para acabar com esta prática dolorosa.

As meninas entendem instintivamente os perigos de serem mutiladas,
e muitas mães, que viram ou experimentaram o trauma, querem
proteger suas filhas de passar pelo mesmo. É encorajador que cada
vez mais comunidades se estão se reunindo e concordando
publicamente para acabar com a mutilação genital feminina
e garantir uma vida melhor para suas meninas.

Recentemente, Uganda, Quênia e Guiné-Bissau adotaram leis
para terminar com a prática. Na Etiópia os responsáveis
foram presos, julgados e penalizados com ampla cobertura
da imprensa, conscientizando dessa forma o público.

As Nações Unidas e seus parceiros estão envolvidas
em atividades culturalmente sensíveis que visam a terminar
com a mutilação genital feminina sem censura ou vergonha.
No Sudão, estamos assistindo a uma mudança social
numa campanha chamada “Saleema”, palavra árabe que quer
dizer completo, intacto, todo e intocável. Um pai, tocado pelo
esforço, decidiu deixar suas filhas sem mutilações e explicou:
“Uma menina nasce Saleema, dessa forma deve permanecer Saleema”.

Centenas de comunidades abraçaram esta iniciativa,
expressando seu apoio através de música, poemas e roupa nas
cores brilhantes da marca da campanha. Outros países estão
reproduzindo a Saleema ou pensando soluções direcionadas
para suas necessidades locais, como o Quênia, onde os
mais velhos da comunidade Meru proibiram a prática e
prometeram penalizar quem pratique ou ajude a levar a prática a cabo.

Para além da prevenção, as Nações Unidas estão trabalhando
com parceiros para ajudar aquelas que foram afetadas pela
mutilação genital feminina.

Avanços médicos pioneiros agora permitem aos médicos
reparar os danos causados nos corpos das mulheres e
devolver-lhes sua saúde. Cito as palavras de uma médica
que trabalha em Burkina Faso que descreveu “o alívio
que oprime as mulheres” após a cirurgia, que ela afirma
ser 100% efetiva. As mulheres que não têm recursos
precisam viajar até as clínicas certas, e os programas
que oferecem o tratamento merecem apoio generoso.

A resolução histórica da Assembleia Geral, que proclamou
a celebração deste Dia Internacional, foi apoiada por todos
os países da África e abraçada por todos os membros das
Nações Unidas. Este avanço demonstra o grande valor da
ONU quando age com uma só voz para defender os
direitos humanos universais.

Nosso desafio atual é dar verdadeiro significado a este Dia,
usando-o para ganhar apoio público, criar mecanismos
práticos e legais e ajudar todas as mulheres e meninas afetadas
ou em risco de mutilação genital. O efeito será profundo, poupará
sofrimento e estimulará o sucesso. Os benefícios terão repercussões
em toda a sociedade, uma vez que estas mulheres e meninas
prosperarão e contribuirão para um futuro melhor para todos.”

Fonte: ONU

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Espanha: milhares marcham em Madri contra plano para limitar aborto


Milhares de pessoas marcharam em Madrid em protesto ao plano do governo espanhol de limitar abortos

Milhares de pessoas marcharam na capital da Espanha, no sábado, para protestar contra um plano do governo de limitar o aborto, que tem causado divisões no partido conservador governista, o Partido Popular.

Manifestantes de todo o país se juntaram à manifestação até agora contra um projeto de lei para restringir o aborto a casos de estupro ou perigo grave para a saúde da mãe.

Há quatro anos, a Espanha se alinhou com a maior parte do resto da Europa, quando o então governo socialista legalizou o aborto nas primeiras 14 semanas de gravidez.




"Este é um passo para trás. Vamos voltar 30 anos", disse Pilar Abad, 58, entre os manifestantes que marcharam da principal estação de trem até o parlamento nacional.

"Nós realmente esperamos que eles mudem essa lei durante o debate parlamentar, é por isso que estamos aqui", disse ela.

O gabinete do primeiro-ministro Mariano Rajoy aprovou o projeto de lei sobre o aborto em dezembro - em um movimento visto como tentativa de apaziguar a direita descontente do seu partido -, mas o projeto ainda não foi enviado ao Parlamento para debate.